Os nossos ancestrais da Idade da Pedra provavelmente não tinham noção do próprio nariz como os humanos contemporâneos — que o diga o burocrata Kovaliov, personagem do conto O Nariz, de Nikolai Gogol. Mas o aparelho olfativo era fundamental para a sobrevivência deles, como demonstra uma curiosa experiência envolvendo sensibilidade a odores de um grupo internacional de cientistas. O artigo resultante foi publicado no fim do ano passado na revista científica iScience. O estudo investigou se os humanos atuais compartilham o sentido do olfato com seus primos denisovanos e neandertais, agora extintos, que deixaram a África e se espalharam pelo mundo há cerca de 750.000 anos. “Esta pesquisa nos permitiu tirar algumas conclusões mais amplas sobre o sentido do olfato em nossos parentes genéticos mais próximos e entender o papel que desempenhou na adaptação a novos ambientes e alimentos durante nossas migrações para fora da África”, disse a antropóloga Kara C. Hoover, da Universidade do Alaska e
Projeto em Ciências Biomédicas da Universidade da Beira Interior - Faculdade de Ciências da Saúde - Covilhã|Portugal