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Grupos anti-vacinas ameaçam combate ao coronavírus
Os pequenos grupos de pessoas que não acreditam na importância da vacinação podem vir a pôr em causa o combate ao novo vírus quando for descoberta uma vacina. A imunização à covid-19 pode estar comprometida pelos grupos  anti-vacinas, avisam cientistas. A pandemia pode estar a convencer algumas pessoas que não acreditam na importância das vacinas para se vacinarem, mas há muitos que estão a mostrar-se cada vez mais convictos de que as vacinas são prejudiciais, apesar de toda a ciência apontar para o contrário, excepto um estudo que foi desmentido inúmeras vezes.
Neste momento há dezenas de vacinas a serem desenvolvidas por todo o mundo e três já estão a ser testadas clinicamente. Mas, tal como nas histórias de Asterix e Obélix, há uma ínfima comunidade que continua a resistir à ciência. "Os extremistas, os grupos que rejeitam as vacinas por princípio, cujo objetivo é corromper e polarizar, não estão a mudar e estão mesmo a capitalizar" com o vírus, diz a diretora do Projeto de Confiança nas Vacinas inglês, Heidi Larson, citada pelo jornal The Guardian.
Estes grupos ganham ainda mais visibilidade graças a personalidades como Novak Djokovic, um dos melhores tenistas da atualidade, que sugeriu que afirmou numa mensagem publicada no seu Facebook: "Pessoalmente, sou contra a vacinação e não quero ser obrigado a vacinar-me para que possa viajar".
Também a rapper M.I.A. escreveu nas redes sociais: "Se tiver de escolher entre a vacina e bater a bota eu vou escolher a morte".
Mas Larson diz que há ainda esperança via os negacionistas mais relaxados, como aqueles que permitem algumas vacinas para os filhos e que se podem estar a "converter" à possibilidade de uma vacina contra o coronavírus.
Um estudo levado a cabo pelo Projeto de Confiança nas Vacinas que analisou 3 milhões de publicações feitas nas redes sociais entre janeiro e março deste ano mostra que uma grande maioria da população está "ansiosa por uma vacina para o coronavírus e espera que esta chegue o mais rapidamente possível".
O movimento anti-vacina surgiu a partir de um ensaio do médico britânico Andrew Wakefield que afirmava existir uma ligação entre a vacina para o sarampo, parotidite e rubéola (VASPR) e o autismo, indicando mesmo que esta vacina causava autismo em algumas crianças. O estudo foi intensamente desmentido e foi provado mesmo que este deixava informações abusivas e falsas. Cerca de 7% das pessoas no mundo inteiro não acreditam na importância das vacinas, descobriu um estudo da Wellcome Trust de 2018.
A Organização Mundial de Saúde afirma que para uma população ter "imunidade de grupo" a uma doença, entre 75% e 95% das pessoas deve estar imunizada ou vacinada.
A pandemia de covid-19 já matou mais de 170.000 pessoas e há quase 2,5 milhões de infetados em todo o mundo, desde que surgiu em dezembro na China.
Pelo menos 558.400 foram consideradas curadas pelas autoridades de saúde. Os EUA lideram em número de mortos e casos, com 42.364 mortos para 787.901 casos.
Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Itália, com 24.114 mortes em 181.228 casos, Espanha com 21.282 óbitos (204.178 casos), França com 20.265 mortes (155.383 casos) e Reino Unido com 16.509 mortos (124.743 casos).
Fonte: https://www.sabado.pt/ciencia---saude/detalhe/grupos-anti-vacina-ameacam-combate-ao-coronavirus?ref=gps_ultimas

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