Avançar para o conteúdo principal

Covid-19: especialistas avaliam potencial de fármaco da asma em doentes internados no São João


O projecto envolve investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e do Centro Hospitalar Universitário de São João.

Especialistas do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e do Centro Hospitalar Universitário de São João vão avaliar o potencial de um fármaco, usado na terapia da asma, em doentes internados com pneumonia “moderada a grave”.

“O ponto forte deste trabalho é ir buscar um fármaco - o montelucaste​- que é muito seguro e tem potencial. Há uma plausibilidade biológica para ele funcionar”, afirmou esta quarta-feira, em declarações à Lusa, André Moreira, médico do Hospital de São João e investigador do ISPUP.

O projecto, desenvolvido no âmbito da linha de financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia RESEARCH 4 COVID-19, envolve investigadores do ISPUP e mais de 20 especialistas do Hospital de São João, no Porto.

A equipa, que aguarda a aprovação da Comissão Nacional de Ética, pretende testar nos doentes daquele hospital, com menos de 65 anos, e que estão internados (não em ambulatório) com pneumonia pelo SARS-CoV-2 “moderada a grave”, o potencial do fármaco.

“Uma das moléculas que aparece como sendo uma potencial inibidora das protéases do vírus foi o montelucaste​, que é um medicamento usado há muitos anos no tratamento da asma e da rinite alérgica. O fármaco é 100% seguro e pode ser usado em grávidas, crianças de seis meses ou doentes hepáticos”, explicou o especialista.

Com cerca de 150 doentes internados no Hospital de São João, a equipa vai por isso fazer uma “prova de conceito” e perceber se o fármaco, em conjunto com o habitual tratamento para a covid-19, tem vantagens, nomeadamente se diminui a “gravidade da duração e intensidade da doença”. “Se isto acontecer nesta população, então justifica avançar para idades diferentes e doentes em ambulatório, mas este é o ponto de partida”, referiu.

À Lusa, André Moreira avançou que o fármaco, que em ensaios in vitro inibiu uma das protéases do vírus e funcionou em modelos animais, é “extraordinariamente barato e muito usado”. “É um fármaco que é extraordinariamente barato e muito usado, quem tem alergias conhece bem, existem dezenas de genéricos disponíveis e estamos a falar de um medicamento que, em termos de custo, é mesmo barato”, afirmou o especialista, adiantando que também os efeitos adversos são “conhecidos”.

“O efeito adverso, que tem mais a ver com perturbações do sono e do estado de humor, é conhecido há muito tempo, não é um efeito grave e é perfeitamente reversível em três dias. Para este tipo de população, em ambiente hospitalar, não é um efeito que seja comparativamente a outros fármacos relevante”, salientou.

A equipa de especialistas prepara-se também para fazer o registo na plataforma da Agência Europeia do Medicamento para que “os outros países saibam”. “Há apenas uma referência de um grupo chinês que sugeriu o reposicionamento deste fármaco, mas até agora não há nenhum ensaio numa perspectiva global a ser feito e queremos comunicar a intenção de fazer”, concluiu.

Com um financiamento de 30 mil euros, este é um dos 66 projectos apoiados pela linha de financiamento RESEARCH 4 COVID-19, que visa responder às necessidades do Serviço Nacional de Saúde."




The creation of this blog came from a challenge posed to Masters students of Biomedical Sciences of the University of Beira Interior, Covilhã (Portugal), by Professor Doctor José Eduardo Cavaco within the course "Project in Biomedical Sciences''. The Biomedical Sciences combine the areas of Biology, Biochemistry, Physics, Management and Engineering, stimulating the capacity for self learning, critical thinking and adaptation to new technologies. Thus, the Biomedics integration in different areas of the national and international job market is possible as technical supporters in clinical environment, consulting, industry, education and research. For more information: http://www.ubi.pt/Curso/907.

Comentários