A tendência crescente da mortalidade materna em Portugal, iniciada em 2013 e que há dois anos atingiu valores inexistentes desde 1991, está a preocupar a classe médica e a justificar alertas para o estudo pormenorizado dos dados.
Segundo noticia este domingo o JN, em 2017 morreram nove mulheres na sequência da gravidez ou do parto - o valor mais alto desde 1991. Em rigor foram 10,4 óbitos maternos por cada 100 mil nados-vivos, mas a relação entre esse número e o dos 86.514 nascimentos nesse ano resulta naquela média de nove mortes.
"Desde 2013 que está a subir ao ritmo de uma morte por ano. Nove mulheres é uma subida importante e significativa", observa a Ordem dos Médicos.
João Bernardes, presidente do Colégio de Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos, adianta ao JN que os números deverão ser superiores pelo facto de os cálculos terem por base os nados-vivos e nados-mortos. "Quanto mais nados-mortos, maior a taxa de mortalidade materna", alerta o especialista.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) relaciona esse crescimento da mortalidade materna com o aumento da idade em que as mulheres optam por engravidar. "Entre 2014 e 2017, quase 60% das mortes maternas ocorreram em mulheres com 35 ou mais anos de idade" - as quais foram responsáveis por quase um terço de todos os nados-vivos nesse período, acrescenta.
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