É altura de reescrever os manuais sobre o cancro", diz o autor de um novo estudo que levou os investigadores a concluir que todos podem ser reclassificados em 28 grupos e devem ser tratados consoante o seu tipo e não conforme o primeiro lugar onde aparecem.
Os casos de cancro são normalmente classificados e tratados consoante a parte do corpo onde têm origem, recebendo a designação de cancro da mama, cancro do pulmão ou cancro do fígado, etc. A nova investigação envolveu mais de 10 mil pacientes e analisou as semelhanças e diferenças a nível genético e celular entre 23 dos tipos mais comuns de tumores e 10 dos mais raros.
A equipa liderada por investigadores norte-americanos concluiu que quase dois terços dos grupos de cancro que tinham semelhanças moleculares determinantes podiam ser encontrados em mais do que uma área do corpo. Um dos tipos de tumor, por exemplo, foi encontrado em 25 sítios do corpo diferente, o que, segundo a abordagem tradicional, significaria que receberia tratamento diferente, apesar de ser o mesmo. A descoberta implica também que o cancro do pulmão ou da mama não sejam apenas um, mas possam ser divididos em vários.
"Os pacientes vão ter a melhor hipótese de sucesso no tratamento se os seus tumores puderem, em primeiro lugar, ser classificados de acordo com as suas características genéticas e moleculares", explica à BBC Christopher Benz, do Buck Institute for Research on Aging, na Califórnia, EUA.
"É altura de reescrever os manuais sobre o cancro", defende.
As conclusões do estudo, que faz parte do projeto Pan-Cancer Atlas, implicam que, em alguns casos, o tratamento usado para um tipo de cancro seja, na realidade, adequado a outro.
"Este projeto é o culminar de mais de uma década de trabalho revolucionário", congratula-se Francis Collins, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde que financiaram a investigação.
Fonte: Visão Sapo
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