Os próximos passos desta investigação irão permitir definir especificamente as diferentes funções biológicas destas partículas no microambiente tumoral e na progressão da doença.
Uma
equipa internacional de cientistas, que inclui investigadores do
Instituto de Investigação e Inovação (i3S) da Universidade do Porto,
identificou pela primeira vez nanopartículas que influenciam evolução
dos tumores.
Em comunicado, o i3S
afirma que "esta descoberta permitirá também desenvolver no futuro novas
estratégias para melhorar o diagnóstico e, eventualmente, avaliar o seu
potencial no tratamento".
De acordo
com os investigadores, já se sabia que as células de cancro comunicam à
distância com outras células e que essa comunicação inclui o envio de
proteínas e de vesículas, como por exemplo os exossomas.
Aplicando
às células cancerígenas uma técnica de fracionamento que nunca tinha
sido aplicada neste contexto, os investigadores conseguiram separar em
pormenor vários subtipos destas vesículas e, nessa separação,
identificaram um novo grupo de vesículas a que chamaram exómeros e que
têm aproximadamente 35 nanómetros (três mil vezes mais fino do que um
fio de cabelo).
Utilizando linhas
celulares de diversos tipos de cancro e também modelos animais, os
investigadores descobriram também que estes exómeros têm uma
distribuição pelos órgãos do animal diferente das outras vesículas,
"sugerindo, por isso, uma função diferente no processo de progressão
tumoral", explica Celso Reis, investigador principal do trabalho
realizado em Portugal.
No decorrer do
trabalho, "percebemos também que as proteínas que estão particularmente
enriquecidas nos exómeros são proteínas que sabemos serem importantes na
biologia tumoral, ou seja, contribuem para a evolução do tumor",
acrescenta.
Segundo Celso Reis, os
próximos passos desta investigação irão permitir definir especificamente
as diferentes funções biológicas destas partículas no microambiente
tumoral e na progressão da doença.
Os
investigadores do Instituto de Investigação e Inovação (i3S) da
Universidade do Porto integram o grupo do investigador David Lyden, do
Weill Cornell Medicine, de Nova Iorque. O trabalho foi publicado esta
semana na revista Nature Cell Biology.
Fonte: Diário de Notícias
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