"Andamos a temperar a comida com sal que tem microplásticos"
Uma equipa de cientistas procurou minúsculas partículas de plástico em
17 marcas de sal vendidas em oito países, incluindo Portugal. A maioria
estava contaminada mas com doses baixas, que dificilmente têm qualquer
efeito imediato na saúde dos consumidores. O problema é que estas
“microbombas” estarão em muitos outros produtos que vêm do mar (e não
só).
Todos os anos despejamos entre 5 a 13 milhões de toneladas de plásticos
para os oceanos. A luz solar e a água desfazem este lixo e quando têm
menos de cinco milímetros são chamados “microplásticos”, que acabam por
voltar a nós mascarados.
Os
microplásticos podem libertar poluentes no nosso organismo que, a longo
prazo, podem provocar problemas de saúde. Por isso, dizemos que são
microbombas.
O consumo contínuo e a longo prazo de produtos com
microplásticos será motivo para preocupação e infelizmente, presume-se,
que seja precisamente isso que esteja a acontecer. “Estamos a consumir
microplásticos em vários produtos, incluindo marisco, mel e até cerveja.
Assim, o sal não é o único culpado”, avisa Ali Karami, investigador na
Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade Putra, na
Malásia.
Acrescenta que "Ainda não sabemos quantos outros
produtos estão contaminados com microplásticos, mas acreditamos que a
maioria dos produtos que vêm do mar provavelmente tem"
A verdade é
que a culpa não é do sal, nem de qualquer outra boleia que o plástico
poderá estar a aproveitar para entrar nos nossos organismos e,
potencialmente, prejudicar a nossa saúde. A culpa é mesmo toda nossa.
Afinal, quem é que levou o plástico para os nossos oceanos?
Comentário de Joana Monteiro: Os
níveis elevados de desperdícios e poluição hoje em dia provocados pelo
homem estão a começar a virar-se contra ele e, possivelmente, a afetar a
sua saúde. Os microplásticos resultam de desperdícios plásticos que
foram para os oceanos e foram sujeitos à
luz solar e à água e se desfizeram em pequenas partículas capazes de se
alojarem em muitos produtos da nossa alimentação que têm contacto com a
água do mar, nomeadamente o sal. Assim, é um aviso que o feitiço se
vira contra o feiticeiro e que tem que se tomar medidas e fazer mais
estudos sobre os efeitos destes microplásticos na saúde pública.
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