Mamografia: Fazer ou não fazer, eis a questão
Depois de décadas de promoção da mamografia no rastreio para o cancro da mama, novos estudos vêm mostrar que é preciso rever a sua utilidade
O assunto é controverso e não há apenas uma resposta certa. Nos
últimos anos, têm surgido estudos, com origem em várias fontes,
questionando a eficácia da mamografia como método de rastreio do cancro
da mama. Depois da euforia inicial a técnica surgiu na década de 60, nos
Estados Unidos, seguiu-se um período de análise.
O mais recente estudo, feito por investigadores canadianos da Universidade de Toronto, acompanhou 90 mil mulheres, durante 25 anos. E a conclusão não podia ser mais dececionante: no grupo de mulheres que se submeteram a uma mamografia todos os anos, durante cinco anos, a probabilidade de morrerem de cancro da mama era igual à das mulheres que não fizeram o exame. Mais, 22% das anomalias registadas não eram malignas. Estamos a falar de mulheres que foram tratadas, tendo-se percebido, posteriormente, que a lesão descoberta não era cancerígena.
Estima-se que, só nos EUA, em 30 anos, 1,3 milhões de pacientes tenham sido sobrediagnosticadas (50% dos cancros detetados) e falsamente classificadas como pacientes oncológicas. "Há situações que se resolvem sozinhas. Se a mulher repetir o exame dali a seis meses, já não se vê nada na ecografia", nota o médico António Vaz Carneiro, diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, da Faculdade de Medicina de Lisboa.
"É preciso rastrear 2 mil mulheres, durante dez anos, para salvar uma vida. Neste lote, dez delas vão ser tratadas sem ser preciso e 200 terão um falso alarme (um falso positivo, descartado com outros exames).
É com base nisso que não me parece legítimo recomendar o rastreio sistemático, de massas, a mulheres sem historial de risco", continua o médico.
Já em 2009, um estudo da organização americana Preventive Service Task Force levou a que a idade recomendada para a primeiramamografia passasse dos 40 para os 50 anos. Para já, não é expectável que o estudo canadiano leve a mudanças na prática clínica. Até porque, mais do que descredibilizar o valor destes exames, o alerta é no sentido de se fazer uma opção informada, baseada na perceção do risco de cada paciente.
A questão, de difícil resolução, é que risco correr: ser a mulher que não é salva por uma mamografia ou a que será alvo de um falso diagnóstico.
O mais recente estudo, feito por investigadores canadianos da Universidade de Toronto, acompanhou 90 mil mulheres, durante 25 anos. E a conclusão não podia ser mais dececionante: no grupo de mulheres que se submeteram a uma mamografia todos os anos, durante cinco anos, a probabilidade de morrerem de cancro da mama era igual à das mulheres que não fizeram o exame. Mais, 22% das anomalias registadas não eram malignas. Estamos a falar de mulheres que foram tratadas, tendo-se percebido, posteriormente, que a lesão descoberta não era cancerígena.
Estima-se que, só nos EUA, em 30 anos, 1,3 milhões de pacientes tenham sido sobrediagnosticadas (50% dos cancros detetados) e falsamente classificadas como pacientes oncológicas. "Há situações que se resolvem sozinhas. Se a mulher repetir o exame dali a seis meses, já não se vê nada na ecografia", nota o médico António Vaz Carneiro, diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, da Faculdade de Medicina de Lisboa.
"É preciso rastrear 2 mil mulheres, durante dez anos, para salvar uma vida. Neste lote, dez delas vão ser tratadas sem ser preciso e 200 terão um falso alarme (um falso positivo, descartado com outros exames).
É com base nisso que não me parece legítimo recomendar o rastreio sistemático, de massas, a mulheres sem historial de risco", continua o médico.
Já em 2009, um estudo da organização americana Preventive Service Task Force levou a que a idade recomendada para a primeiramamografia passasse dos 40 para os 50 anos. Para já, não é expectável que o estudo canadiano leve a mudanças na prática clínica. Até porque, mais do que descredibilizar o valor destes exames, o alerta é no sentido de se fazer uma opção informada, baseada na perceção do risco de cada paciente.
A questão, de difícil resolução, é que risco correr: ser a mulher que não é salva por uma mamografia ou a que será alvo de um falso diagnóstico.
Por: Filipe Martins, m6077
Certamente que este será mais um estudo levado a cabo por um grupo de investigadores, tal como já surgiram tantos outros, no entanto tenho a convicção que não irá alterar em nada a rotina das mulheres e estas irão realizar mamografias regularmente, tal como hoje fazem, pois este exame pode significar a salvação da vida de uma pessoa, tonando-se essencial o seu correto acompanhamento.
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