Um estudo norte-americano mostrou que uma pessoa infectada com o vírus da sida que esteja a tomar antirretrovirais reduz em 96 por cento a possibilidade de transmitir o VIH ao seu companheiro/companheira. O resultado foi tão avassalador que um painel independente avaliou o estudo e este foi anunciado quatro anos antes de a investigação terminar.
A experiência iniciada em 2005 integrou 1763 casais de nove países em que um dos membros era seropositivo e outro não era (890 homens e 873 mulheres estavam infectados). Noventa e sete por cento dos casais eram heterossexuais. O objectivo era perceber o impacto dos medicamentos antirretrovirais na transmissibilidade do vírus da sida.
Para isso, separaram os casais em dois grupos. Num deles, o membro do casal seropositivo iniciou imediatamente a medicação com antirretrovirais. No segundo grupo, a pessoa infectada adiou o início da toma dos antirretrovirais até ter um quantidade mais reduzida mais baixo da classe de glóbulos brancos que são atacados e mortos pelo vírus da sida - o que é uma orientação de tratamento utilizada em muitos países.
Foi dada informação a todos os casais de como se protegerem para evitar a transmissão do VIH, e levaram preservativos e outros instrumentos de prevenção para casa.
No grupo de casais em que o parceiro infectado iniciou o tratamento mais tarde, existiram 27 infecções pelo VIH que foram transmitidas pelo parceiro/parceira infectado/a, confirmadas por testes genéticos ao vírus. No grupo em que o parceiro infectado iniciou a toma de antirretrovirais imediatamente, só houve uma infecção transmitida pelo parceiro.
Mas comparando os dois grupos, os seropositivos que tomaram os antirretrovirais tiveram 96,3 por cento menos probabilidade de passar o vírus. O resultado é significativo a nível estatístico.
“Esta nova descoberta demonstra de uma forma convincente que o tratamento de um indivíduo infectado – e o fazê-lo mais cedo em vez de mais tarde – pode ter um impacto enorme na redução da transmissão do VIH”, disse em comunicado Anthony Fauci, especialista em sida há décadas, que trabalhou no estudo e é director do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, entidade financiadora deste trabalho.
Este resultado confirma algo que muitos já suspeitavam e que sobressaia em estudos menos rigorosos. O que se pensa é que os antirretrovirais, ao diminuírem para níveis quase indetectáveis a carga viral que uma pessoa tem, fazem com que haja menos vírus disponíveis para infectar outras pessoas.
Além de controlar a infecção e beneficiar a saúde dos seropositivos, o tratamento pode ser benéfico para travar o número de pessoas que são infectadas pelo vírus.
Apesar dos resultados positivos, os investigadores estão cautelosos com esta informação e vão continuar a tratar estes e os resultados futuros que surjam do estudo.
Fonte: http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/antirretrovirais-reduzem-transmissao-sexual-de-vih-em-96_1493891
Ana Lúcia Matias, M2875
A experiência iniciada em 2005 integrou 1763 casais de nove países em que um dos membros era seropositivo e outro não era (890 homens e 873 mulheres estavam infectados). Noventa e sete por cento dos casais eram heterossexuais. O objectivo era perceber o impacto dos medicamentos antirretrovirais na transmissibilidade do vírus da sida.
Para isso, separaram os casais em dois grupos. Num deles, o membro do casal seropositivo iniciou imediatamente a medicação com antirretrovirais. No segundo grupo, a pessoa infectada adiou o início da toma dos antirretrovirais até ter um quantidade mais reduzida mais baixo da classe de glóbulos brancos que são atacados e mortos pelo vírus da sida - o que é uma orientação de tratamento utilizada em muitos países.
Foi dada informação a todos os casais de como se protegerem para evitar a transmissão do VIH, e levaram preservativos e outros instrumentos de prevenção para casa.
No grupo de casais em que o parceiro infectado iniciou o tratamento mais tarde, existiram 27 infecções pelo VIH que foram transmitidas pelo parceiro/parceira infectado/a, confirmadas por testes genéticos ao vírus. No grupo em que o parceiro infectado iniciou a toma de antirretrovirais imediatamente, só houve uma infecção transmitida pelo parceiro.
Mas comparando os dois grupos, os seropositivos que tomaram os antirretrovirais tiveram 96,3 por cento menos probabilidade de passar o vírus. O resultado é significativo a nível estatístico.
“Esta nova descoberta demonstra de uma forma convincente que o tratamento de um indivíduo infectado – e o fazê-lo mais cedo em vez de mais tarde – pode ter um impacto enorme na redução da transmissão do VIH”, disse em comunicado Anthony Fauci, especialista em sida há décadas, que trabalhou no estudo e é director do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, entidade financiadora deste trabalho.
Este resultado confirma algo que muitos já suspeitavam e que sobressaia em estudos menos rigorosos. O que se pensa é que os antirretrovirais, ao diminuírem para níveis quase indetectáveis a carga viral que uma pessoa tem, fazem com que haja menos vírus disponíveis para infectar outras pessoas.
Além de controlar a infecção e beneficiar a saúde dos seropositivos, o tratamento pode ser benéfico para travar o número de pessoas que são infectadas pelo vírus.
Apesar dos resultados positivos, os investigadores estão cautelosos com esta informação e vão continuar a tratar estes e os resultados futuros que surjam do estudo.
Fonte: http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/antirretrovirais-reduzem-transmissao-sexual-de-vih-em-96_1493891
Ana Lúcia Matias, M2875
Em 2008, a OMS estimou que existam 33,4 milhões de infectados com VIH, sendo 15,7 milhões mulheres e 2,1 milhões jovens abaixo de 15 anos. O número de novos infectados, em 2009, foi de 2,6 milhões. O número de mortes de pessoas com VIH é estimado em 1,8 milhões.
ResponderEliminarEsta descoberta revela-se importante como um modo de travar o contágio do vírus do VIH, sendo que nos aproximamos cada vez mais para a cura. É de encorajar o trabalho desta equipa que trás esperança a muitos pacientes.