Cientistas encontraram um gene do vírus do Ébola que mostrou ser útil no combate contra os glioblastomas, que são tumores cerebrais que reaparecem após serem eliminados.
O gliobastoma é um tumor que cresce e espalha-se depressa e reaparece depois de tratado. Numa tentativa de encontrar solução para o seu tratamento, investigadores encontraram no vírus do Ébola um aliado inesperado na luta contra este tipo de cancro.
“A ironia é que um dos vírus mais letais do mundo pode ser útil no tratamento de um dos cancros do cérebro mais mortais”, salientou Anthony van den Pol, coautor do estudo publicado na semana passada na revista científica Journal of Virology.
Esta abordagem inédita tira proveito de uma fraqueza na maioria dos tumores do cancro e também de uma defesa do Ébola contra a resposta do sistema imunológico a patógenos. Como as células cancerígenas não conseguem criar defesas sólidas contra vírus, os investigadores aproveitaram-se desta lacuna para usar vírus para combater os cancros.
No entanto, recorrer a vírus para tratar outras doenças não é propriamente simples e pode ter graves consequências. Para contornar este problema, van den Pol e a sua equipa testaram vírus quiméricos, com capacidade de identificar as células cancerígenas, mas sem afetar a pessoa, explicam os investigadores num comunicado citado pelo Science Daily.
Como tal, a equipa de investigadores usou apenas um gene do Ébola que tem a capacidade de esconder o vírus do sistema imunológico. Os cientistas fizeram testes em ratos e verificaram que este gene conseguiu atingir e matar seletivamente tumores cerebrais de glioblastoma.
Este gene mostrou ser capaz de proteger as células saudáveis da infeção — mas não as células cancerígenas. Em teoria, este vírus pode ser usado em conjunto com a cirurgia para eliminar os tumores de glioblastoma e ajudar a prevenir a recorrência típica deste tumor cerebral."
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