Avançar para o conteúdo principal

Era até agora definido como "terceiro espaço", mas cientistas norte-americanos propõem que o interstício, formado por um espaço com fluido em circulação, se torne um órgão do corpo humano.







Era até agora definido como "terceiro espaço", mas cientistas norte-americanos propõem que o interstício, formado por um espaço com fluido em circulação, se torne um órgão do corpo humano.



Um grupo de cientistas norte-americanos descobriu - em pleno século XXI - o que dizem ser um novo órgão no corpo humano.

Até agora o interstício era definido como o "terceiro espaço" – depois do sistema cardiovascular e do linfático. "Era geralmente descrito como um mero espaço entre as células, embora ocasionalmente o conceito de que havia um grande espaço intersticial já tenha sido referido. Mas as suas características anatómicas e histológicas nunca tinham sido descritas", refere Neil Theise, principal autor do estudo publicado esta semana na Scientific Reports, uma revista do grupo Nature.
 Esta estrutura chamada interstício faz parte da submucosa: é um "espaço cheio de fluído e anteriormente não valorizado", explicam os investigadores, no artigo em que descrevem a anatomia e histologia deste órgão, um dos maiores do corpo humano.
O interstício reveste o tubo digestivo, os pulmões e o sistema urinário e envolve músculos e vasos sanguíneos.
"Pode ser importante nas metástases do cancro", ou seja, para ajudar a compreender como tumores malignos se espalham no corpo humaqno. "Onde se pensava que existiam densas camadas de tecido, existe o que pode ser visto como uma rede de "estradas abertas e cheias de líquido", diz o cientista que é também professor de Patologia Clínica
Segundo os investigadores, o interstício ainda não tinha sido descrito porque é destruído ao ser colocados nas lâminas microscópicas utilizadas para estudar as células do corpo.
Neste órgão, há também um novo tipo de células: são células que juntam características dos fibroblastos (células do tecido conjuntivo), que fabricam colagénio, e das células endoteliais, que revestem o interior dos vasos sanguíneos.
Novas ténicas de imagem permitiram descobrir o órgão
Esta nova estrutura da pele foi descoberta graças à utilização de novas técnicas de observação. Uma endomicroscopia para procurar metástases no canal biliar de doentes com cancro permitiu em 2015 descobrir uma estrutura com cavidades que não existia em nenhum manual da anatomia.
Neil Theise confessa que tentou saber o que seriam essas cavidades e por isso analisou canais biliares retirados de doentes com cancro durante as operações. "Vimos algo inesperado. Uma camada intermédia do canal biliar, que se pensava que fosse um tecido conjuntivo densamente compactado e com uma parede de colagénio densa, era na verdade um espaço aberto, preenchido por fluido e sustentado por uma rede de fibras de colagénio", conta em declarações ao jornal Público.



A pouco e pouco, os cientistas analisaram outras camadas de tecidos conjuntivos, como as dos revestimentos dos órgãos viscerais ou a derme (uma camada da pele). Em todos encontraram o interstício. Nesse espaço, está o fluido extracelular, aquele que não está dentro das células.

"Aproximadamente 20% do volume do fluido do corpo, que inclui cerca de dez litros, está dentro do interstício", refere Neil Theise.
No artigo, os cientistas destacam que esta descoberta pode ser importante para o estudo das metástases de cancro ou dos mecanismos de funcionamento dos tecidos e órgãos. "Tem potencial para impulsionar grandes progressos na medicina, incluindo a possibilidade de uma amostra direta de fluido intersticial se tornar uma poderosa ferramenta de diagnóstico", acrescenta o cientista.
Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Inteligência Artificial

  Livro Branco sobre IA é guia ético para a literacia digital na biomedicina Livro Branco sobre IA é guia ético para a literacia digital na biomedicina Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida prepara documento para aproximar profissionais de saúde, sociedade civil e poder público às questões éticas e jurídicas da Inteligência Artificial. Fonte:  https://www.publico.pt/2024/02/16/sociedade/noticia/livro-branco-ia-guia-etico-literacia-digital-biomedicina-2080649
 WORKSHOP Não sabe o que fazer depois do mestrado? Que caminho seguir? São tantas opções, não é mesmo? Por isso, te convidamos a assistir ao workshop "Acabei o Mestrado! E agora?" para sanar todas as suas dúvidas e decidir os próximos passos do teu futuro! Te aguardamos quinta-feira dia 11 de Abril às 14:00 no Anfiteatro Amarelo da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI!

Ciências Biomédicas da UBI (Covilhã) com 100% de Empregabilidade!

A Universidade da Beira Interior atinge, mais uma vez, valores bastante positivos de empregabilidade dos seus cursos com índices superiores a 91 por cento, bem acima da média nacional e acima dos 90 por cento do ano anterior. “Numa altura que se discute índices de empregabilidade de 30 e 40 por cento, são ótimas notícias para UBI que vê as suas licenciaturas e mestrados acima dos 85 por cento”, salienta Tiago Sequeira, Pró-Reitor da UBI. O Relatório agora divulgado pelo Ministério da Educação e pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional mostra, sem grandes surpresas, que os cursos de Engenharia da UBI continuam a garantir um lugar no mercado de trabalho, colocando-se sempre acima dos 90 por cento, situando-se numa média de 94%, sendo o mínimo de 89% (engenharia civil) e o máximo de 98% (engenharia eletrotécnica) nesta área. Medicina, Ciências Farmacêuticas, Tecnologias e Sistemas de Informação e Ciências Biomédicas são os que melhores resultados alcançam com 100 por cento de