As queimaduras são lesões muito comuns que afetam milhões de pessoas anualmente. E as células estaminais podem ter um papel importante no seu tratamento. As explicações são da investigadora Bruna Moreira, da Crioestaminal.
As queimaduras graves comprometem a integridade da pele, pondo em causa funções vitais como o controlo da temperatura corporal e a proteção contra a desidratação e infeções por agentes patogénicos. Deste modo, o tratamento de queimaduras graves é essencial para a reconstituição da pele, tanto do ponto de vista estrutural como funcional.
Recentemente, foi desenvolvido um tratamento experimental que utiliza células estaminais, extraídas da medula óssea, para a regeneração da pele após queimaduras graves. As células estaminais evidenciam propriedades que favorecem a reparação de tecidos, apresentando, desta forma, um grande potencial para este tipo de tratamentos. Esta metodologia permite acelerar a regeneração da pele, reduzir o tempo de recuperação dos pacientes e diminuir o risco de infeções a que estes estão sujeitos.
A nova técnica envolve a colheita de células estaminais e a sua posterior cultura em laboratório, gerando milhões de novas células. Estas são, então, colocadas num gel, que é seguidamente aplicado sobre a região queimada. Este tratamento foi testado num hospital venezuelano por uma equipa de investigadores, tendo apresentado resultados muito promissores.
Um dos casos de sucesso registou-se numa criança de 10 anos com queimaduras de 2º grau em 60% do corpo, demonstrando que esta nova metodologia é adequada para tratar queimaduras de grandes dimensões, em que é difícil recorrer ao método tradicional de implantação de enxertos de pele.
A investigação científica sobre as potencialidades das células estaminais torna cada vez mais real a possibilidade de tratamento de diversas doenças com este tipo de células.
Os resultados dos tratamentos experimentais com células estaminais têm evidenciado um potencial terapêutico cada vez mais alargado, o que justifica o crescente interesse pela criopreservação deste tipo de células em Portugal e no mundo.
Um artigo da investigadora Bruna Moreira, do Departamento de I&D da Crioestaminal
artigo do parceiro:Fonte: http://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/celulas-estaminais-no-tratamento-de-queimaduras-graves
Comentário de Inês Rodrigues: As células estaminais são células que se podem diferenciar em diversas linhagens celulares tendo a capacidade de se auto-renovar e de se dividir indefinidamente. Podem ser classificadas, de acordo com a sua origem ou a sua capacidade de diferenciação, em dois tipos principais: embrionárias que são pluripotentes, podendo diferenciar-se nas três camadas germinativas embrionárias (endoderme, mesoderme e ectoderme) e dar origem a todos os tipos de células; e não embrionárias também conhecidas como células estaminais adultas, encontram-se em muitos tecidos do organismo adulto sendo, regra geral, multipotentes. Alguns tecidos neo-natais como a placenta, a geleia de Wharton do cordão umbilical ou o sangue do cordão umbilical, contêm populações de células estaminais adultas com um elevado potencial proliferativo e características pluripotentes.
Esta capacidade de se diferenciarem em vários tipos de células, podendo substituir células lesadas ou destruídas e regenerar tecidos danificados, explica o grande interesse na utilização das células estaminais no contexto da terapia celular e da medicina regenerativa.
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