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Proteína associada à dislexia pode regenerar tecido nervoso

"Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) descobriram que uma proteína associada à dislexia pode atuar no desenvolvimento dos neurónios e na regeneração do tecido nervoso.
Este trabalho, publicado na revista científica 'Cerebral Cortex', mostra que a proteína KIAA0319 "é muito importante na regulação do crescimento dos axónios (prolongamento que liga um neurónio a outro)" e que, conseguindo-se "diminuir os seus níveis", é possível "aumentar a capacidade regenerativa do tecido nervoso", disse à agência Lusa a investigadora líder do projeto, Mónica Sousa.
Para obter estes resultados, a equipa recorreu a trabalhos 'in vitro' e 'in vivo' (ratos), nos quais comprovou que a KIAA0319, quando recebe um sinal, desencadeia uma cascata de acontecimentos que têm efeitos claros no desenvolvimento dos neurónios, incluindo o crescimento e a orientação, lê-se num comunicado sobre a investigação.
Ou seja, "a presença desta proteína e a sua quantidade nos neurónios determina o efeito que um sinal pode ter quando chega à célula", acrescenta o documento.
Mónica Sousa indica que a dislexia está associada a baixos níveis de KIAA0319, devido a um tipo de erro que ocorre durante o desenvolvimento embrionário, e que se manifesta quando as crianças começam a aprender a ler, por exemplo. Em doenças deste género, os profissionais sequenciam o genoma de indivíduos normais e comparam-no com o genoma de indivíduos disléxicos, para se descobrir uma porção deste material genético que esteja alterada. Para além do gene KIAA0319, existem outros que explicam o fenómeno da dislexia, como é o caso do ROBO1 e do DCDC2.
Quanto ao ROBO1, "já se demonstrou que tem uma forma de ação muito similar à descrita agora para o KIAA0319", estando ambos "sub-expressos nos casos de dislexia e, quando sobre-expressos, reduzem o crescimento dos axónios", lê-se na nota informativa.

Novos caminhos para a regeneração do tecido nervoso

Estes resultados "permitem descrever o conjunto de acontecimentos dentro dos neurónios, que são dependentes da proteína expressa pelo gene KIAA0319 e dos sinais que ela recebe do meio circundante, permitindo desenhar um mapa de moléculas que interagem entre si para que os neurónios se desenvolvam ou não", afirmou Mónica Sousa.
O trabalho da equipa coordenada pela investigadora passa por "perceber o papel que desempenham determinadas proteínas no desenvolvimento dos neurónios, jovens ou adultos, com o objetivo de abrir novos caminhos para a regeneração do tecido nervoso".
Uma vez identificados os genes que regulam o crescimento axonal, procura-se verificar como é que estes e as proteínas que eles codificam agem, com o propósito de completar o "puzzle" de acontecimentos bioquímicos que são afectados por cada um desses genes.
No futuro, pretendem encontrar "uma solução eficaz e segura", "capaz de inibir a proteína", podendo ser utilizada como uma opção terapêutica em situações nas quais é necessário aumentar o crescimento axonal, como as lesões severas.
Neste projeto, que conta com a colaboração de profissionais da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), estão envolvidos cerca de dez investigadores."





Fonte: http://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/proteina-associada-a-dislexia-pode-regenerar-tecido-nervoso


Comentário do Bloguista: A dislexia é a dificuldade de aprendizagem mais comum. É definida como a dificuldade de aprendizagem específica de origem neurológica. Caracterizada por dificuldades com reconhecimento preciso e/ou fluência nas palavras, além de má ortografia e habilidades de decodificação. Vários estudos mostram a relação da doença com a proteína KIAA0319, que quando codificada pode desempenhar um papel no desenvolvimento do córtex cerebral através da regulação da migração neuronal e adesão celular. É caso para dizer, que a ciência vem marcando passos largos para evolução, muito para além do mero desenvolvimento.
The creation of this blog came from a challenge posed to Masters students of Biomedical Sciences of the University of Beira Interior, Covilhã (Portugal), by Professor Doctor José Eduardo Cavaco within the course "Project in Biomedical Sciences''. The Biomedical Sciences combine the areas of Biology, Biochemistry, Physics, Management and Engineering, stimulating the capacity for self learning, critical thinking and adaptation to new technologies. Thus, the Biomedics integration in different areas of the national and international job market is possible as technical supporters in clinical environment, consulting, industry, education and research. For more information: http://www.ubi.pt/Curso/907.

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