Estudo com toupeiras abre novo foco na investigação do envelhecimento
Proteína envolvida na vida longa e saudável destes animais tem implicações para o papel da NRG-1 na manutenção dos neurónios
Um típico rato-toupeira pelado vive de 25 a 30 anos, período em que apresenta pouco declínio na atividade física, na saúde óssea, na capacidade reprodutiva e na habilidade cognitiva. Mas qual é o segredo que leva este roedor do leste da África a ter uma vida tão longa e saudável?
Cientistas dos Estados Unidos e de Israel encontraram evidências de que - da infância à velhice - as toupeiras são beneficiadas com grandes quantidades de uma proteína essencial para a função cerebral normal.
"Toupeiras têm o maior nível de um fator de crescimento chamado NRG-1 no cerebelo. Seus níveis são mantidos durante toda a sua vida, desde o desenvolvimento até a idade adulta", diz o principal autor do projeto Yael Edrey.
Comparação entre 7 espécies
O Instituto Barshop tem a maior colônia de ratos-toupeira dos EUA - 2 mil roedores correndo em torno de uma rede de tubos e gaiolas em condições de umidade que simulam seu habitat natural no subsolo. Edrey comparou os níveis de NRG-1 durante o período de vida de sete espécies de roedores: de ratos e cobaias a ratos-toupeira cegos e ratos-toupeira Damaraland.
Os níveis de NRG-1 em ratos-toupeira pelados foram monitorados em diferentes idades variando de 1 dia a 26 anos. As outras seis espécies de roedores têm expectativa de vida que variam de 3 a 19 anos no máximo.
O cerebelo coordena os movimentos e mantém o equilíbrio corporal. A equipe de pesquisa defende a hipótese de que espécies que vivem muito podem manter os níveis de NRG-1 nesta região do cérebro.
Entre cada uma das espécies, os membros de vida mais longa exibiram níveis mais elevados de NRG-1 ao longo da vida. O rato-toupeira pelado teve o fornecimento mais robusto e duradouro da proteína. "Tanto em ratos, quanto em humanos, os níveis de NRG-1 níveis caem com a idade", observa Edrey.
Proteção do cérebro
Os investigadores têm documentado várias características da fisiologia do rato-toupeira pelado, revelando a integridade de proteínas no fígado, rim e músculos. Este é o primeiro conjunto de dados de avaliação das diferenças de espécies em um fator chave envolvido na manutenção da integridade do cérebro de roedores.
"A forte correlação entre este fator protetor do cérebro e duração máxima da expectativa de vida destaca um novo foco na investigação do envelhecimento, aumentando o apoio a conclusões anteriores de que não é a quantidade de dano oxidativo que ocorre em um organismo que determina a expectativa de vida das espécies, mas que mecanismos de proteção podem ser mais importantes neste processo", afirma a autora sénior do estudo Rochelle Buffenstein.
As descobertas, embora não diretamente aplicáveis a seres humanos, tem muitas implicações para o papel NRG-1 na manutenção da integridade dos neurónios.
Julieta Oliveira, M4874
Um rato-toupeira vive cerca de 25 a 30 anos, apresentando pouco declínio na atividade física, na saúde óssea, na capacidade reprodutiva e na habilidade cognitiva. O segredo parece estar nos níveis mais elevados de NRG-1 apresentados pelas toupeiras. Este é um factor de crescimento essencial para a função normal dos neurónios. Curiosamente, em humanos e ratos, os níveis de NRG-1 diminuem com a idade.
ResponderEliminarEsta descoberta, embora não directamente aplicável em humanos, tem várias implicações para o papel do NRG-1 na manutenção da integridade dos neurônios, abrindo um novo foco na investigação do envelhecimento
Julieta Oliveira
M4874