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Estudar o peixe-zebra pode ajudar
a compreender problemas psiquiátricos

Artigo revela que o 'Danio rerio' adapta o seu comportamento segundo estímulos

In "Ciência Hoje" 21-05-2012

Cientistas da Escola de Ciências Químicas e Biológicas Queen Mary, da Universidade de Londres, mostraram que o peixe-zebra (Danio rerio) pode ser usado para estudar as causas subjacentes às desordens psiquiátricas. O estudo publicado no jornal «Behavioural Brain Research» revela que o peixe-zebra pode modificar o seu comportamento em resposta a situações diversas.
A responsável pelo estudo, Caroline Brennan explica que o peixe-zebra se está a tornar um dos modelos animais mais úteis para o estudar o desenvolvimento dos mecanismos genéticos subjacentes a várias desordens de foro psiquiátrico.
O peixe-zebra ('Danio rerio')
Os investigadores utilizaram 15 peixes-zebra numa série de experiências que envolveram a escolha de cores. Conseguiram que o peixe aprendesse a escolher a cores que lhe dava direito a comida. Reverteram depois as cores e os animais alteraram a sua escolha para a correcta. Na segunda fase, introduziram duas novas cores e recomeçaram o processo.

Os peixes foram capazes de mudar o seu comportamento em conformidade, aprendendo de uma forma mais rápida do que na primeira fase. A este processo os psicólogos chamam “flexibilidade comportamental”. A investigação põe em causa estudos anteriores que sugeriam que os peixes não eram capazes realizar este processo, ao contrário dos mamíferos, porque não possuem córtex pré-frontal.

Problemas de flexibilidade comportamental e os défices de atenção são, em geral, sintomas-chave apresentados por pessoas que sofrem de desordens relacionadas com o controlo dos impulsos (como comportamentos aditivos), défice de atenção e hiperactividade e algumas desordens de personalidade”, explica Brennan.

Os resultados sugerem que o peixe-zebra pode desempenhar um papel como modelo comparativo para o estudo das causas e realização de prognósticos de algumas desordens. O peixe-zebra é muitas vezes utilizado por neurocientistas para a investigação de mecanismos de controlo comportamental e na procura de novos componentes para o tratamento de doenças como a adição, o défice de atenção ou o autismo.



Fonte: Portal "Ciência Hoje"

Publicado por: Luís Crisóstomo, M5091

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Comentários

  1. Os distúrbios psiquiátricos estão muitas vezes associados a comportamentos impulsivos dos doentes que deles sofrem. Resumidamente poderíamos dizer que estes doentes não conseguem que a razão faça-se ouvir na sua consciência, acabando por se focar num qualquer desejo desprovido de sentido ao olhar dos outros.
    Considera-se há muito que o córtex frontal e pré-frontal são os responsáveis pela razoabilidade e ponderação das nossas acções, logo estas áreas estariam afectadas nestas desordens. Porém, este trabalho coloca isso em causa, uma vez que o peixe-zebra, não possui um cérebro tão evoluído quanto o nosso, não possuindo mesmo essas estruturas cerebrais. Ainda assim, estes peixes foram capazes de "pensar" e aprender de que forma podiam conquistar a recompensa, remetendo-nos para a conclusão de que outras estruturas do cérebro, mais primitivas até, podem adquirir a capacidade de racionalização.
    Futuramente, esta descoberta pode levar a novas terapias psiquiátricas para atenuar o efeito das compulsões, défices de atenção e adições nos humanos. No entanto, acções e decisões impulsivas sempre existirão, e em todos nós por mais normais e mentalmente sãos sejamos; tal como na célebre citação de Oscar Wilde, "Posso resistir a tudo menos à tentação".

    Luís Crisóstomo, M5091

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