Pesquisadores da Clínica Mayo (EUA) descobriram uma nova classe de mutação molecular em várias formas de câncro de mama.
A descoberta pode esclarecer ainda mais o desenvolvimento e o crescimento de tipos diferentes de tumores na mama.
Chamadas transcrições da fusão, as formas com mutação do RNA também podem fornecer uma forma de identificar subtipos de tumores e oferecer novas estratégias para tratá-los, dizem os pesquisadores.
O estudo, publicado pelo jornal Cancer Research, é o primeiro a procurar, de uma forma sistemática, genes de fusão e transcrições de fusão associados a tipos diferentes de cancro de mama.
Tipos de cancro de mama
Actualmente, os oncologistas reconhecem três tipos básicos de tumores da mama: receptor de estrogênio positivo (ER- positivo), HER2-positivo e triplo negativo.
"Mas o cancro de mama é bem mais complexo do que o indicado por esses três subtipos. E uma das dificuldades de tratar a doença é identificar os marcadores do gene que predizem como um tumor vai reagir a um tratamento específico", diz a pesquisadora sénior do estudo, Edith Perez.
"A descoberta das transcrições da fusão de subtipos específicos no cancro de mama representa um passo nessa direção", continua. "Nossas descobertas indicam que as transcrições da fusão são muito mais comuns no cancro da mama do que se sabia até agora. Elas representam uma nova classe de mutação, cujo papel no cancro de mama ainda não é entendido de modo algum."
"Transcrições da fusão têm a capacidade de produzir proteínas que são relevantes ao desenvolvimento e ao crescimento do tumor, bem como a sua sensibilidade ao tratamento. Assim, podemos ter um conjunto inteiramente novo de mudanças genómicas, que podem nos ajudar a entender e a tratar o cancro de mama de uma nova maneira," disse Aubrey Thompson, co-autor do estudo.
"Esta é uma descoberta que vai requerer mais pesquisas. Precisamos entender o que essas transcrições da fusão e proteínas estão fazendo", declara.
Transcrições da fusão
Transcrições da fusão são criadas quando os cromossomos se dividem e se recombinam, um fenómeno que comumente ocorre em células cancerosas.
Durante esse processo, os genes da fusão são criados quando duas metades de genes normais se ligam.
Os genes da fusão (DNA) criam transcrições da fusão (RNA), que, então, produzem proteínas da fusão.
"Erros acontecem", diz Thompson. "Essa é uma das propriedades salientes das células do tumor, porque são imperfeitas na reparação do dano de seus genes. Essas proteínas com mutação podem ter uma função inteiramente nova na promoção do cancro ou podem interferir nas funções normais das células".
Biomarcadores
Transcrições da fusão são comuns em tipos de cancro do sangue, como leucemia e linfoma. Antes dessa descoberta, no entanto, algumas foram encontradas em tipos sólidos de cancro, como no cancro de mama.
Como os genes, transcrição e proteínas da fusão são geralmente encontrados apenas em tumores, eles se tornam biomarcadores ideais para a identificação de células cancerosas, diz Edith Perez.
Além disso, as proteínas produzidas por transcrições da fusão podem ser relevantes para o crescimento dos tumores, como já se observou em cancros do sangue e em cancro do pulmão, ela diz.
"Essas transcrições podem marcar regiões de instabilidade cromossómica localizada, que está associada ao crescimento do cancro de mama. Se conseguirmos desenvolver medicamentos contra essas transcrições, eles serão alvos terapêuticos ideais", diz Edith Perez. "Temos muito trabalho estimulante a realizar nos próximos anos", declarou.
in: Diário da Saúde
É importante para quem investiga soluções para o cancro, tal como o nosso curso, ter acesso a informação que pode ser útil para a investigação. Tal como neste caso, em que se pode partir desta descoberta para novas soluções!
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Elisabete Costa