Mobilidade perdida pode ser restaurada com próteses comandadas pelo pensamento
O investigador Rui Costa
Fotografia © Nuno Pinto Fernandes/Global ImagensAs regiões e os processos cerebrais envolvidos em tarefas físicas, como andar de bicicleta ou tocar piano, ou na sua aprendizagem, são os mesmos que o cérebro utiliza para operações puramente mentais. A descoberta é de investigadores portugueses da Fundação Champalimaud e norte-americanos da Universidade de Berkeley, na Califórnia, e tem implicações no desenvolvimento de próteses que possam ser controladas apenas pelo pensamento.
Publicado on line na revista Nature, este é um novo avanço na compreensão do cérebro e dos seus processos. "Já se suspeitava de que o cérebro é muito plástico, mas não se sabia que para a realização de uma ação abstrata, como é o pensamento puro, utilizamos as mesmas zonas e processos cerebrais que usamos para aprender habilidades motoras", explicou ao DN o neurocientista Rui Costa da Fundação Champalimaud e um dos coordenadores da investigação.
Outra novidade do estudo é que o cérebro aprende muito depressa a manipular as operações abstratas neste processo, mesmo que as regras sejam arbitrárias. Se não houver indicações de como um determinado dispositivo pode ser controlado só com o pensamento, ao fim de uns dias, o cérebro aprende sozinho a fazê-lo.
No desenvolvimento de neuropróteses este pormenor torna-se decisivo: elas não precisam, afinal, de ser feitas à medida de um determinado circuito neural, como se faz agora, para poderem ser controladas pelo pensamento. Pelo contrário, o cérebro consegue aprender a fazê-lo sozinho.
Neuroprotese é uma prótese neurológica que permite a uma pessoa tetraplégica controlar equipamentos com o pensamento. Mas o uso destas próteses não é assim tão linear visto que é necessário ter em conta todo o circuito neural.
ResponderEliminarAssim através desta descoberta as neuroproteses podem ser um grande avanço no futuro de milhares de pessoas...
Alexandra Soares