Estrutura molecular criada em
laboratório, com oito letras - o dobro daquelas contidas no genoma completo de
um organismo -, pode armazenar mais informações biológicas e mostrar que outras
vidas, noutros lugares, podem desenvolver-se de uma forma desconhecida até à
atualidade
Toda a informação de um ser vivo
pode ser resumida em quatro letras: A
(adenina), T (timina), C (citosina) e G (guanina). O alfabeto genético é
elementar, composto por elementos nitrogenados, e, ainda assim, suficientemente
complexo para definir, por inteiro, o genoma completo de um organismo. Com
esses mesmos quatro caracteres, é possível passar do papel para a existência
real uma bactéria, um carvalho, um
elefante ou um ser humano.
Mas o que acontece se tivermos
uma estrutura composta por oito letras, acrescentando à equação Z, P, S e B? Bem, talvez possamos estar
a escrever uma nova página revolucionária para criar ou entender novas e
diferentes formas de vida, como demonstra um estudo, publicado na revista
“Science”, desenvolvido por equipa de cientistas norte-americanos, pertencentes
à Fundação para a Evolução Molecular Aplicada. “Ao aumentar o alfabeto para
oito, melhoramos a capacidade de evolução do sistema”, assegura Steven A.
Benner, principal autor do artigo.
“O potencial para criar moléculas
de RNA (cadeias simples de bases nitrogenadas) com funcionalidade própria é
muito grande”, acrescenta o especialista e principal responsável pela
investigação, parcialmente financiada pela NASA, que também pode ser usado para
finalidades terapéuticas no futuro. “Não
projetei uma molécula que adere às células cancerígenas, criei um sistema que
pode evoluir para aderir às células cancerígenas”, conclui o químico
norte-americano de 64 anos.
Fonte: https://vidaextra.expresso.pt/vida/2019-03-05-Oito-letras-escrevem-o-ADN-sintetico-que-da-novas-e-abertas-leituras-ao-significado-da-vida?fbclid=IwAR2QiHRE-F-UVLSkuuFYdG5_ibFip_05_-P8DQU8M_CR9S2-Hwaszqex3yI
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