Já é possível neutralizar a bactéria "Staphylococcus aureus",
resistente a antibióticos e apontada como responsável por várias infeções
potencialmente fatais em seres humanos, através da terapia fotodinâmica,
anunciou a Universidade de Aveiro.
Uma equipa de químicos e biólogos
da Universidade de Aveiro (UA), constituída por Adelaide Almeida, Amparo
Faustino, Maria da Graça Neves, Tatiana Branco, Cristina Dias, Vânia Jesus e
Nádia Valério, testou "in vitro" e na pele a terapia fotodinâmica,
por si só ou combinada com antibióticos, para inativar essa bactéria.
"Os resultados mostraram que
a terapia fotodinâmica, usada já
vulgarmente para tratar, por exemplo, a acne, é uma abordagem eficaz para
controlar a infeção por S. Aureus na pele, inativando a bactéria eficazmente
após três ciclos sucessivos de tratamento com luz e sem adição de antibióticos
entre ciclos, ou após um ciclo usando a ação combinada da terapia com o
antibiótico ampicilina", revelou Adelaide Almeida.
A bióloga observa que
"embora seja bem sabido que o uso de grandes quantidades de antibióticos
na prática clínica é indesejável, pouco esforço tem sido feito para usar a
terapia fotodinâmica para potencializar a eficácia antibiótica ou,
alternativamente, usar antibióticos para melhorar o efeito dessa terapia".
A avaliação do efeito combinado
foi realizada pela equipa da UA em pele de suíno, considerada "um bom
modelo de teste para a pele humana, devido às semelhanças das suas propriedades
histológicas, fisiológicas e imunológicas".
Os recentes avanços realizados na
Universidade de Aveiro (UA) podem trazer uma solução a quem sofre, por exemplo,
de abcessos na pele e infeções do trato urinário.
A lista das infeções que S. Aureus pode provocar é interminável:
foliculite, furunculose, impetigo, celulite infecciosa, pneumonia necrosante,
osteomielite, endocardite infecciosa, síndrome do choque tóxico e até
intoxicação alimentar.
Tratadas facilmente com vulgares
antibióticos até há poucas décadas, as infeções hospitalares e na comunidade
causadas por S. Aureus multirresistentes a antibióticos aumentaram nos últimos
30 anos, sendo acompanhadas por um aumento de estirpes super-resistentes até
mesmo aos antibióticos ditos de última geração. O tratamento é, por isso,
difícil, moroso e frequentemente ineficaz.
"Estas estirpes são uma
ameaça grave para a saúde pública", alerta a investigadora do Centro de
Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Biologia da UA e
coordenadora do estudo.
Nos seres humanos, "as
narinas são os principais nichos ecológicos de S. Aureus e a transmissão ocorre
principalmente através das mãos quando estas tocam superfícies contaminadas
embora outros locais, como a pele, a área perineal, a faringe, o trato
gastrointestinal, a vagina e as axilas, também podem ser colonizadas, podendo
funcionar como focos de transmissão".
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