“Encontrámos uma bactéria dentro da diversidade genética que temos aqui nos Açores, que é capaz de transformar as penas [de galinha] em pequenas moléculas que têm ação sobre células e que são capazes de induzir o crescimento destas células”, afirmou à Agência Lusa o professor e investigador Nelson Simões, do departamento de Biologia da Universidade dos Açores.
“A experiência das penas nasceu de um projeto de doutoramento, em que o desafio era justamente tratar resíduos de modo a que eles possam dar alguma coisa”, referiu o responsável pela equipa de investigadores, acrescentando que neste momento está a ser negociado com uma empresa mundial de cosméticos a realização de uma segunda fase de testes, para validar o que foi descoberto na academia açoriana.
Segundo o investigador, a expectativa é que estes segundos testes, realizados por uma empresa especializada fora da região, ocorram ainda este ano, pois a negociação “está bem encaminhada”. “O ensaio é já sobre pessoas. Serão selecionadas algumas para testarem e verem se há ou não um benefício real”, explicou Nelson Simões, acrescentando que em laboratório constatou-se que “as células crescem mais rapidamente e recompõem o tecido”.
Nelson Simões disse que há muitos cosméticos à venda que têm na sua composição a creatina, que pode ter diferentes fórmulas. “O que temos aqui são partículas de creatina, que nestes ensaios está a induzir o crescimento celular”, alegou.
Soro, algas e escamas de peixe são outros dos produtos que, neste momento, estão a ser investigados na Universidade dos Açores, em associação com outras bactérias, para tentar encontrar “novas partículas bioativas”, algo que Nelson Simões acredita que poderá vir a resultar em algo com utilização, por exemplo, na área da Saúde.
“Temos muitas coisas, é preciso explorá-las e chegar lá. Temos muitas coisas e eventualmente coisas que interessam explorar e ver”, considerou o investigador, que orienta vários trabalhos que visam tirar proveito dos resíduos para produzir algo com valor acrescentando.
Fonte: http://observador.pt/2017/03/26/particulas-de-penas-de-galinha-e-agua-podem-ajudar-a-regenerar-a-pele/
Comentário do Bloguista: A aparência física é cada vez mais uma preocupação da população em geral e por isso há cada vez mais investigações no âmbito dos cosméticos de modo a descobrir novos contributos para ajudar as pessoas na sua aparência. A regeneração celular é uma área que atraí muitos investigadores de forma a encontrar algo que consiga induzir o crescimento celular rápido.
Um grupo de investigação da Universidade dos Açores, liderado pelo investigador Nelson Simões, no âmbito de um projeto de doutoramento lançaram o desafio de reutilizar rezidos de forma a criarem alguma coisa de interesse económico e de grande potencial. Deste modo este grupo reutiliza penas de galinhas de um matadouro e extrai uma bactéria das fumarolas das furnas características da ilha de modo a isolar uma partícula a base de creatina que é capaz de induzir o crescimento celular mais rápido.
Este projeto tem vinco a crescer sendo que os testes “in vitro” já decorrem á cerca de um ano e meio com sucesso. E os testes em pessoas estão programadas para começar ainda no presente ano de modo a comprovar o benefício real.
Esta universidade está presentemente a investigar também soros de algas e escamas de peixes de modo a encontrar novas partículas bioativas com benefícios para a saúde.
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