Descoberto "gene da felicidade"
Pessoas com variantes longas do 5-HTT tendem a ser mais felizes
Jan-Emmanuel De Neve
Parte da felicidade dos humanos pode dever-se à genética, sugere um estudo publicado no “Journal of Human Genetics”, segundo o qual as pessoas com duas variantes longas de um gene chamado 5-HTT podem ver mais facilmente o lado bom das coisas, pelo que conseguem ser mais felizes.
Nesta investigação, Jan-Emmanuel De Neve, investigador da Escola de Londres de Economia e Ciência Política, recorreu a dados de um estudo americano que analisou 2574 adolescentes ao longo de 13 anos, entre 1995 e 2008. O objectivo do cientista era perceber por que motivo algumas pessoas parecem naturalmente mais felizes do que outras. Concluiu então que quem nasce com as duas versões maiores do 5-HTT tem mais probabilidades de se sentir satisfeito com a vida, do que os que nascem com uma versão mais curta.
Cada pessoa apresenta duas variantes do gene, uma derivada do cromossoma do pai e outra do da mãe, sendo que as variantes mais longas possibilitam uma melhor libertação e reciclagem da serotonina do que a variante mais pequena. O 5-HTT está envolvido no transporte desta molécula neurotransmissora que, entre outros aspectos, está associada ao sentimento de bem-estar.
Os participantes do estudo responderam a um questionário sobre o quão satisfeitos estavam com a sua vida. As respostas variavam entre “muito satisfeito”, “satisfeito”, “nem satisfeito, nem insatisfeito”, “insatisfeito” e “muito insatisfeito”.Depois de cruzarem a informação genética destes adolescentes, nomeadamente as variantes que cada um tinha para o gene 5-HTT, com os resultados dos inquéritos, a equipa de De Neve verificou que 69 por cento dos que tinham duas cópias grandes do gene diziam que estavam satisfeitos (34 por cento) ou muito satisfeitos (35 por cento).
Já dos que tinham duas cópias curtas, apenas 38 por cento diziam que estavam satisfeitos (19 por cento) ou muito satisfeitos (19 por cento). No total, 40 por cento dos adolescentes disseram que estavam "muito satisfeitos" com a vida.
Jan-Emmanuel De Neve considera que “os resultados sugerem uma ligação forte entre a felicidade e a variação funcional deste gene”. Contudo esclareceu que “o bem-estar não é determinado por apenas um gene – outros genes e especialmente a experiência que vamos tendo ao longo da vida continuam a explicar a maioria da variação entre a felicidade de cada um.”
Ana Rita Estebainha
Os participantes do estudo responderam a um questionário sobre o quão satisfeitos estavam com a sua vida. As respostas variavam entre “muito satisfeito”, “satisfeito”, “nem satisfeito, nem insatisfeito”, “insatisfeito” e “muito insatisfeito”.Depois de cruzarem a informação genética destes adolescentes, nomeadamente as variantes que cada um tinha para o gene 5-HTT, com os resultados dos inquéritos, a equipa de De Neve verificou que 69 por cento dos que tinham duas cópias grandes do gene diziam que estavam satisfeitos (34 por cento) ou muito satisfeitos (35 por cento).
Já dos que tinham duas cópias curtas, apenas 38 por cento diziam que estavam satisfeitos (19 por cento) ou muito satisfeitos (19 por cento). No total, 40 por cento dos adolescentes disseram que estavam "muito satisfeitos" com a vida.
Jan-Emmanuel De Neve considera que “os resultados sugerem uma ligação forte entre a felicidade e a variação funcional deste gene”. Contudo esclareceu que “o bem-estar não é determinado por apenas um gene – outros genes e especialmente a experiência que vamos tendo ao longo da vida continuam a explicar a maioria da variação entre a felicidade de cada um.”
Ana Rita Estebainha
A sociedade actual está repleta de problemas como a depressão. Aqui está a justificação porque uns se sentem mais felizes do que outros, ou têm mais dificuldades em se sentir satisfeitos com a vida.
ResponderEliminarEsta investigação teve por base os resultados de um estudo realizado a adolescentes durante 13 anos. Posteriormente foram cruzados os resultados com a informação genética. Com este estudo, o investigador Jan-Emmanuel De Neve concluiu que existe relação entre o gene 5-HTT e a tendência para se sentir mais feliz. Quem nasce com as formas maiores do 5-HTT está mais propenso a lidar com a tristeza do que os que nascem com as variantes mais curtas. Contudo o investigador também foca a importância de outras variantes tais como a experiência adquirida ao longo da vida.
Ana Rita Estebainha