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Toxina presente no veneno de escorpião usada no tratamento do cancro cerebral

Sob o mote “Do escorpião à imunoterapia”, uma equipa de cientistas norte-americanos reaproveitou uma toxina presente no veneno deste animal para desenvolver a primeira terapia com células T do tipo CAR para tratar tumores cerebrais.








Alguns tratamentos contra o cancro do sangue foram revolucionados graças às terapias CAR-T, que modificam as células T dos pacientes para atingir as proteínas ligadas ao cancro. Mas, até agora, estes tratamentos não conseguiram demonstrar muito potencial contra tumores sólidos, como o glioblastoma agressivo do cancro cerebral.
Agora, uma equipa de cientistas norte-americanos da City of Hope desenvolveu um novo recetor de antígeno quimérico (CAR) com células T (CAR-T) usando clorotoxina (CLTX), um composto presente no veneno de escorpião, de modo a direcionar as células T para as células tumorais cerebrais.
Os investigadores já iniciaram o primeiro ensaio clínico em humanos e os avanços foram recentemente publicados na Science Translational Medicine.
O direcionamento para o glioblastoma é muito complicado devido à diversidade dos tumores. Para que o CAR-T funcione, os CARs na superfície das células T têm de ser capazes de se agarrar a tumores com variações genéticas diferentes.
Neste estudo, os cientistas usaram células tumorais obtidas a partir de amostras de um grupo de pacientes com glioblastoma, com o objetivo de comparar a ligação de CLTX à expressão de antígenos atualmente sob investigação como alvos para células CAR-T, incluindo IL13Rα2, HER2 e EGFR.
Desta forma, descobriram que a clorotoxina se ligava a uma proporção maior de tumores e células de pacientes dentro destes tumores.
Além disso, a equipa chegou à conclusão que as células CLTX-CAR_T reconheciam e eliminavam grandes populações de células de glioblastoma sem afetar as células não-tumorais no cérebro e em outros órgãos.
Em ensaios pré-clínicos e em modelos animais, estas células foram muito eficazes na morte seletiva de células de glioblastoma humano.
Citada pelo ABC, a autora do estudo, Christine Brown, disse que esta “é uma estratégia de direcionamento completamente nova para a terapia CAR-T que incorpora uma estrutura de reconhecimento diferente das já existentes”.
O escorpião usa componentes de toxinas do seu veneno para atacar e matar as suas presas. Da mesma forma, esta equipa usou a clorotoxina para direcionar as células T para atacar as células tumorais. “Na verdade, não estamos a injetar uma toxina, mas a explorar as propriedades de ligação do CLTX no design do CAR”, rematou o cientista Michael Barish.
The creation of this blog came from a challenge posed to Masters students of Biomedical Sciences of the University of Beira Interior, Covilhã (Portugal), by Professor Doctor José Eduardo Cavaco within the course "Project in Biomedical Sciences''. The Biomedical Sciences combine the areas of Biology, Biochemistry, Physics, Management and Engineering, stimulating the capacity for self learning, critical thinking and adaptation to new technologies. Thus, the Biomedics integration in different areas of the national and international job market is possible as technical supporters in clinical environment, consulting, industry, education and research. For more information: http://www.ubi.pt/Curso/907.

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