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Investigador português lidera estudo de vacina contra a sida




«Estudo quer tentar reproduzir anticorpos muito potentes, capazes de neutralizar 80 por cento de todas as variantes do vírus, numa vacina. Uma equipa de investigadores liderada pelo português Fernando Garcês Ferreira conseguiu dar mais um passo para uma possível vacina contra o vírus da sida, ao determinar como anticorpos muito potentes evoluem em contacto com o VIH.

Em 2014, o grupo de cientistas do Scripps Research Institute, nos Estados Unidos, descobriu que uma família de anticorpos muito potentes que se desenvolveu numa pessoa infetada com o VIH - a PGT121 - neutralizava não apenas o vírus que infetava essa pessoa, mas também 80 por cento de todas as variantes do vírus que existem nos humanos no mundo, conforme assinalou à Lusa o investigador Fernando Garcês Ferreira, coordenador do estudo. "Uma família de anticorpos que se poderia adaptar rapidamente às constantes modificações do vírus, o que nos dá esperança de que o sistema imunitário humano é capaz de controlar a infecção. “ Feita a descoberta, a equipa lançou-se a um novo desafio: saber como esses anticorpos produzidos nas células B (células do sistema imunitário) evoluíam no organismo em contacto com o vírus, que "está em constante mutação para escapar à ação do sistema imunitário e depois então reproduzir essa evolução numa vacina", explicou Fernando Garcês Ferreira.

Segundo o investigador, "a evolução dos anticorpos PGT121, que é provável ter demorado 2-3 anos [numa pessoa infetada com o VIH], está intimamente ligada à própria evolução do vírus, neste caso para escapar à ação dos anticorpos PGT121". Recorrendo a técnicas da biologia estrutural, a equipa obteve imagens moleculares tridimensionais, de resolução atómica, da evolução dos anticorpos (que são proteínas, moléculas) em contacto com o VIH, para "chegarem a uma forma eficiente" de neutralizar o vírus. Para Fernando Garcês Ferreira, é possível, pois, "fazer uma vacina que dirija os anticorpos PGT121 a evoluírem desta maneira. Vamos entender de tal maneira como o sistema imunitário funciona que vamos ser capazes de desenvolver vacinas seja para o que for".

Um protótipo da vacina, que já está a ser testado em ratinhos, foi 'desenhado' pelo mesmo grupo de cientistas, que se socorreu de tecnologias de biologia molecular. Com este método, 'desenharam' a expressão de proteínas da superfície do vírus, que, explicou Fernando Garcês Ferreira, são as únicas reconhecidas pelo sistema imunitário humano como invasoras, e, por isso, são o alvo de ação dos anticorpos PGT121.

De acordo com o investigador, são essas proteínas do vírus, proteínas do envelope do VIH, que vão ser a vacina. As proteínas virais terão de ter "ligeiras modificações" para "estimularem o sistema imunitário a produzir os anticorpos" no ponto desejável para 'matar' o VIH, adiantou.

Os resultados da mais recente investigação da equipa de Fernando Garcês Ferreira foram publicados esta semana na revista Immunity.»


Fonte: http://www.dn.pt/sociedade/interior/investigador-portugues-lidera-estudo-de-vacina-contra-a-sida-4942117.html


Comentário do Bloguista: A SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) já matou cerca de 34 milhões de pessoas nos últimos anos em todo o mundo, tornando-se um grande problema não só de saúde pública mundial como também um problema social uma vez que continua a gerar mitos levando à descriminação e à exclusão das pessoas infetadas. Por esta mesma razão e por ainda não se ter descoberto uma cura contra esta ameaça mundial, esta descoberta liderada pelo investigador português trás uma esperança para aqueles que lutam diariamente contra este problema. A SIDA é provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que, ao entrar no organismo humano e ao penetrar no sistema sanguíneo, começa de imediato a reproduzir-se dentro dos linfócitos (CD4) acabando por matá-los. Estes linfócitos, são os elementos do sistema imunitário que dão indicações às restantes células para a necessidade de proteger o organismo contra agentes invasores. Isto leva a uma destruição progressiva da defesa do organismo humano, tornando-o mais vulnerável em relação à actuação de bactérias e vírus. Esta vacina composta por proteínas virais com "ligeiras modificações" para que haja uma estimulação do sistema imunitário para produzir os anticorpos torna-se então numa chave para a cura da SIDA.
The creation of this blog came from a challenge posed to Masters students of Biomedical Sciences of the University of Beira Interior, Covilhã (Portugal), by Professor Doctor José Eduardo Cavaco within the course "Project in Biomedical Sciences''. The Biomedical Sciences combine the areas of Biology, Biochemistry, Physics, Management and Engineering, stimulating the capacity for self learning, critical thinking and adaptation to new technologies. Thus, the Biomedics integration in different areas of the national and international job market is possible as technical supporters in clinical environment, consulting, industry, education and research. For more information: http://www.ubi.pt/Curso/907.

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